Até quando iremos permitir tanta desigualdade dentro das nossas igrejas!?
A igreja do Senhor Jesus foi estabelecida para mostrar, dentre outras coisas não menos importantes que, podemos viver em igualdade social sem desprezar os menos abastados, os menos cultos, os menos posicionados, os menos bonitos e menos talentosos. Aliás, quando o nosso Senhor veio, nos provou tal praticidade de vida, pois viveu entre os leigos, chamou alguns deles para lhe servirem como emissários, andou e comeu do pouco com os pobres, escolheu os rejeitados e dormiu à luz do luar com os desabrigados, assentou-se a mesa para conversar com os viciados.
É engraçado o paradoxo do que chamamos de “evangelho” nos dias de hoje. Estão adequando o Evangelho do Senhor Jesus ao que é velho e antigo. Sim, estou falando de ideologias antigas que tem feito muitos sofrerem. Estou falando de desigualdades que começaram a perdurar desde a falência espiritual do homem.
Quando Ele veio tentou implantar na mente e no coração do homem que podemos viver em um mesmo nível sem desprezarmos uns aos outros.
Ele veio para nos ensinar uma vida diferenciada desta que o homem passou a viver em sociedade.
Ele veio para nos mostrar que se adotássemos seus ideais poderíamos mudar a tristeza do triste em alegria, a injustiça do injustiçado em justiça, que a fome do faminto poderia ser saciada, que o desabrigado poderia ser abrigado, que o desprezado poderia ser contemplado, que o culpado poderia ser perdoado sem ser julgado.
Ele veio para mostrar que a esperança poderia brilhar no coração do oprimido e do desiludido.
Tudo isso, e muito mais, poderia ser efetivado através de uma “contra- sociedade pagã” que nós conhecemos como “igreja”ou “comunidade eclesiástica”. Não falo de uma estrutura predial construída com pompa e glamour, mas sim uma igreja como assembléia de pessoas justas e que praticam atos contra a desigualdade.
A igreja foi constituída por Ele para esse fim.
O “Reino de Deus na terra, a Igreja” foi estabelecida para provar que o homem enquanto vivesse aqui nesta terra, de nada precisaria ter falta, até que tudo se consumasse na eternidade. Entretanto muitos têm sofrido injúrias, desprezo e opressões.
Quando olhamos para dentro do nosso Aprisco vemos a mesma desigualdade deste mundo vigente operando com o poder de uma navalha ao tosquiar uma ovelha.
Qual seria a fala do Cristo diante de um evangelho que anda a passos claudicantes!? Ao invés de lutarmos com muita galhardia contra valores desmoralizados e amorais que entram dia a dia em nossas comunidades, colocamos a mochila nas costas e andamos de forma egoísta deixando para trás as marcas profundas do mundanismo que se enraízam cada vez mais nos açores da nossa vida cristã.
Não deveríamos viver como imitadores de uma sociedade decadente. Enganarmo-nos seria acrescentar um item ao acervo da nossa ignorância e da nossa iniqüidade.
Enganarmo-nos acerca do cristianismo evangélico vigente seria no mínimo levar o nosso Cristo ao vitupério.
Que contexto evangélico genuíno é este em que os templos são transformados em “boates evangélicas” onde os jovens e adolescentes passam as madrugadas nas baladas evangélicas!
Que contexto evangélico genuíno é este em que os púlpitos são trocados por luzes de neon e refletores para que grupos de rock apresentem suas “músicas evangélicas”!?.
Que contexto evangélico é este onde os pregadores levam suas maquininhas de cartões de crédito para que seus ouvintes façam suas doações no final da mensagem!?
Que contexto evangélico é este em que a única coisa que fazemos com esmero e determinação é trabalhar para somarmos fundos monetários para prevenirmos o nosso futuro e dos nossos filhos!?
Que contexto evangélico é esse que vivemos mais como meros atores interpretando personagens em um palco com um pano de fundo bíblico!? Sim, personagens que falam de amor, de entrega, fraternidade, comunhão, santidade, sinceridade, moderação, compaixão e outras subjetividades e no final, percebemos que tudo não passava de uma fala teatral!?
Que contexto evangélico é esse que aceita o fornicário, o adúltero, o murmurador, o sedicioso, o prostitutos, os mercenários, os cambistas de portas e interiores de templos que vendem suas quinquilharias e milagres por pomposos ágios!?
Que contexto evangélico é esse em que os crentes ou cristãos protestantes aceitam que suas igrejas promovam cultos com temas como, sessão do descarrego, banho do sal grosso, passeio pelo caminho de sal, amuletos orados e santificados na terra santa, escovas santas, óleos milagrosos, fogueira santa, rosa santa, shofar, candelabro, arca e outros utensílios milagrosos do antigo templo, o passeio por debaixo da bandeira de Israel e outros badulaques esquisitos!? São tantas bugingangas que me esqueço de outros montantes.
Que contexto evangélico é esse!? Eu lhe digo com ousadia que parece muito com o contexto do ‘outro evangelho’ que o Mestre nos advertiu a não darmos ouvidos.
Que contexto evangélico é esse!? É um contexto que, como pregador que sou, me recuso terminantemente a pregar, pois é uma mensagem que massageia o ego das massas, exalta o coração e enche os cofres dos obreiros ou (pseudos).
Que contexto evangélico é esse!? É o contexto dos pregadores psicólogos, pregadores palhaços e contadores de piadas que só sabem fazer o povão rir para se distraírem um pouco.
Que contexto evangélico é esse!? É um contexto em que o pregador que exorta não tem vez, o pregador que lê a Bíblia não tem vez, o pregador que ensina não tem vez, o pregador que aconselha não tem vez, o pregador que chama ao arrependimento do pecado não tem vez.
Sim, a igreja está deixando o Evangelho genuíno e todo o seu conteúdo santo.
A igreja entrou em um caminho sem contexto, sem conteúdo.
Até quando viveremos por palavras. Até quando viveremos sem executar o que falamos.
Até quando viveremos apenas como ouvintes da Palavra de Deus.
Espero que nos arrependamos de muitos atos impróprios antes que venha o Senhor da Seara.
Oro para que nos arrependamos de muitas palavras frívolas e insignificantes e nos voltemos para a verdade.
Espero que vivamos a Verdade um dia nua e crua como ela é.
ex toto corde.
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