O PIOR DE TODOS OS PECADOS

Em nosso meio eclesiástico, nos cultos doutrinários, nas salas de formandos em teologia, nas reuniões públicas, nos círculos de bate papo sobre ética cristã e outros, sempre surge uma pergunta que nunca se cala. E a tal pergunta é: “O que é pecado...!?”. Então, logo em seguida, alguém se levanta e com um sonido de voz acompanhada de formas faciais irônicas, se atreve a responder, porem, inclui em sua resposta algo que nós entendemos como relativismo. Sim, e até devo concordar que em certo sentido o pecado está ligado a algumas verdades sociais, morais e religiosas, etc. que variam conforme a época, o lugar, o grupo social. Entretanto, uma das práticas que mais tem nos feito errar o alvo chama-se “religião”. O diabo mais uma vez encontrou um meio de fazer o homem pecar e, desta vez pecar muito. O diabo mais uma vez, encontrou um meio chamado religiosidade para aprisionar o homem que descobriu a liberdade por meio da Graça. O homem que conhecemos como servo de Deus, tem se tornado um opositor inconteste das virtudes da Graça.
A Graça abundante que outrora conhecíamos e que passeava pelos palcos da vida cristã genuína, realizando seus multiformes ensaios, dá lugar hoje a Treinamentos, falas e marcações de atores com prosas, análises e interpretações religiosas. A priori, o pecado em evidência e ascensão chama-se “religião”. O mesmo tem se manifestado tal qual o fogo que vai consumindo as beiras e as eiras, deixando apenas os seus insuportáveis odores fétido como rastro. Esse pecado aplaude os ritos, as normas e as regras sob pena máxima de excomunhão, de leis inquisitórias e exposição a escárnio aos que se atrevem a descumpri-las.
Vê-se em nossos dias que tal pecado, “a religião”, e os praticantes dela “os religiosos”, almejam os aplausos e os lugares altos, ou seja, os olhos dos que estão afundados nesse “pecado maior”
não aceitam observar a vida e os seus semelhantes em posição aplanada, e sim em posição superior ou excelente, a saber, “de cima para baixo”.
Quem conhece bem esse pecado gosta de ser chamado de “bom”... Quem convive bem com esse pecado aceita ser chamado de “mestre”... Quem abraça com aperto essa religiosidade, se orgulha em ser aclamado publicamente pelos seus filactérios.
Denunciarei ainda acerca do Legalismo, quão é um dos manjares que mais satisfazem a fome da “religião” e dos religiosos, pois o mesmo (legalismo) prescreve a estrita obediência à lei e o respeito às instituições. Sim... “Instituições...!” Porquanto lá ocorrerão as nomeações e os destaques de hierarquias eclesiásticas (se é que elas existem); a igualdade, o altruísmo, a empatia e a submissão tornaram-se práticas arcaicas para a religiosidade vigente.
Temo por nossas comunidades, visto que os tais praticantes dessa praga maligna tem se multiplicado em nosso meio como erva daninha. O pior disso tudo é que conseguimos identificá-los e sabemos onde estão, porem, o medo de lavrar alguns campos desse mal, segundo alguns líderes, pode acarretar em perdas muito severas de trabalhos, tratados e alianças a muito consolidadas. Muitos podem me questionar quanto ao teor e ao tema central desse artigo dizendo que eu não posso articular dessa forma em cima da expressão que vigora, a saber, “religião”, visto que a mesma, considerando a sua semântica que é transliterada do latim: "religio" usado na Vulgata, que significa "prestar culto a uma divindade", “ligar novamente", ou simplesmente "religar") pode ser definida como um conjunto de crenças relacionadas com aquilo que parte da humanidade considera como sobrenatural, divino, sagrado e transcendental, bem como o conjunto de rituais e códigos morais que derivam dessas crenças. Claro que não desconheço tal vernáculo, nem tampouco sou alheio a escritos históricos que faz citações sobre o assunto, como é o caso de Agostinho de Hipona (século IV d.C.), que em seu livro "A Cidade de Deus" afirma que religio deriva de religere, "reeleger". Através da religião a humanidade reelegia de novo a Deus, do qual se tinha separado. Também não ignoro citações bíblicas como
a de
Tiago 1.27 quando o autor diz que a verdadeira religião é visitar os órfãos e as viúvas em suas tribulações e a si mesmo manter-se incontaminado do mundo. Entretanto eu não estou falando de religião em seu sentido puro, bíblico ou etimológico. O que está sendo analisado aqui é o sentido vulgarizado, sentido este que se sistematizou em forma de normas legalistas e “igrejalizadas” (tal expressão não existe. É apenas uma forma irônica de expor os termos por parte do autor). O pecado dos fariseus não era pelo seu zelo ou por suas interpretações da lei e sim por sua “religiosidade”. Quem ainda não viu semelhança em relação a muitos segmentos evangélicos de nossos dias com as repreensões que Jesus fez aos fariseus de sua época! (MT 22.2-33). Meditando em tais advertências e orientações do Mestre, perceberemos o quanto este pecado infame tem se proliferado em nosso meio. Para terminar transcrevo na integra esses versos de advertência do Cristo para que o leitor sinta o seu coração palpitar com as verdades contidas nesse artigo que, foram antes grifadas e eternizadas pelo Messias.


2 Na cadeira de Moisés, se assentaram os escribas e os fariseus.
3 Fazei e guardai, pois, tudo quanto eles vos disserem, porém não os imiteis nas suas obras; porque dizem e não fazem.
4 Atam fardos pesados e difíceis de carregar e os põem sobre os ombros dos homens; entretanto, eles mesmos nem com o dedo querem movê-los.
5 Praticam, porém, todas as suas obras com o fim de serem vistos dos homens; pois alargam os seus filactérios e alongam as suas franjas.
6 Amam o primeiro lugar nos banquetes e as primeiras cadeiras nas sinagogas,
7 as saudações nas praças e o serem chamados mestres pelos homens.
8 Vós, porém, não sereis chamados mestres, porque um só é vosso Mestre, e vós todos sois irmãos.
9 A ninguém sobre a terra chameis vosso pai; porque só um é vosso Pai, aquele que está nos céus.
10 Nem sereis chamados guias, porque um só é vosso Guia, o Cristo.
11 Mas o maior dentre vós será vosso servo.
12 Quem a si mesmo se exaltar será humilhado; e quem a si mesmo se humilhar será exaltado.
13 ¶ Ai de vós, escribas e fariseus, hipócritas, porque fechais o reino dos céus diante dos homens; pois vós não entrais, nem deixais entrar os que estão entrando!
14 Ai de vós, escribas e fariseus, hipócritas, porque devorais as casas das viúvas e, para o justificar, fazeis longas orações; por isso, sofrereis juízo muito mais severo!
15 Ai de vós, escribas e fariseus, hipócritas, porque rodeais o mar e a terra para fazer um prosélito; e, uma vez feito, o tornais filho do inferno duas vezes mais do que vós!
16 Ai de vós, guias cegos, que dizeis: Quem jurar pelo santuário, isso é nada; mas, se alguém jurar pelo ouro do santuário, fica obrigado pelo que jurou!
17 Insensatos e cegos! Pois qual é maior: o ouro ou o santuário que santifica o ouro?
18 E dizeis: Quem jurar pelo altar, isso é nada; quem, porém, jurar pela oferta que está sobre o altar fica obrigado pelo que jurou.
19 Cegos! Pois qual é maior: a oferta ou o altar que santifica a oferta?
20 Portanto, quem jurar pelo altar jura por ele e por tudo o que sobre ele está.
21 Quem jurar pelo santuário jura por ele e por aquele que nele habita;
22 e quem jurar pelo céu jura pelo trono de Deus e por aquele que no trono está sentado.
23 Ai de vós, escribas e fariseus, hipócritas, porque dais o dízimo da hortelã, do endro e do cominho e tendes negligenciado os preceitos mais importantes da Lei: a justiça, a misericórdia e a fé; devíeis, porém, fazer estas coisas, sem omitir aquelas!
24 Guias cegos, que coais o mosquito e engolis o camelo!
25 Ai de vós, escribas e fariseus, hipócritas, porque limpais o exterior do copo e do prato, mas estes, por dentro, estão cheios de rapina e intemperança!
26 Fariseu cego, limpa primeiro o interior do copo, para que também o seu exterior fique limpo!
27 Ai de vós, escribas e fariseus, hipócritas, porque sois semelhantes aos sepulcros caiados, que, por fora, se mostram belos, mas interiormente estão cheios de ossos de mortos e de toda imundícia!
28 Assim também vós exteriormente pareceis justos aos homens, mas, por dentro, estais cheios de hipocrisia e de iniqüidade.
29 Ai de vós, escribas e fariseus, hipócritas, porque edificais os sepulcros dos profetas, adornais os túmulos dos justos
30 e dizeis: Se tivéssemos vivido nos dias de nossos pais, não teríamos sido seus cúmplices no sangue dos profetas!
31 Assim, contra vós mesmos, testificais que sois filhos dos que mataram os profetas.
32 Enchei vós, pois, a medida de vossos pais.
33 Serpentes, raça de víboras! Como escapareis da condenação do inferno?

ex toto corde.

Bibliografias
Wikipédia,
Dicionário Aurélio de língua Portuguesa Básico
Bíblia Online – Módulo Avançado – V. 3.00

2 comentários:

Pastor Guedes disse...

Prezado Pr. Cícero, a Paz!

Gostei do conteúdo de seus posts e resolvi seguir seu blog. ostaria de lhe convidar paa visitar e seguir (se achar que deve) o meu blog pastorguedes.blogspot.com para quem sabe trocarmos informações e idéias.

Abraço.

Afrânio Abreu disse...

Então se esse é, "supostamente", o pior pecado mais de 5 bilhões de pessoas vão para o inferno?