VALORES AMORAIS

Estamos vivendo em uma sociedade onde os valores morais já se tornaram obsoletos. Aquele conjunto de regras de conduta consideradas como válidas, quer de modo absoluto para qualquer tempo ou lugar, quer para grupo ou pessoa determinada, e que por incontáveis gerações tem sido pregado e ensinado aos nossos filhos, e aos filhos dos nossos filhos, finalmente e infelizmente tem se tornado ultrapassado. Tudo, e todos esses valores estão virando pelo avesso. Sabe aquele brio, aquela vergonha, aqueles valores morais universais que falam de bom senso e pudor, que nos impõe limites não nos deixando ir além do decoro humano!... Pois é, esses têm sido varrido de nosso meio social. Talvez se eu trocasse o tema desse artigo de “valores amorais” por “Liberdade pelo avesso”, seria mais sugestivo em relação ao conteúdo.
Hoje em dia a nossa sociedade se ofende ao protestarmos em favor da censura e da proibição. O lema do século XXI é “Liberdade de expressão e de satisfação”, ou seja; não importa o que você faça ou que você fale; a opção que você faz ou o que você é, desde que isto ou aquilo esteja lhe trazendo satisfação pessoal. A moralidade humana nos dias de hoje tornou-se relativa, vem sendo limitada às circunstâncias e às condições do momento.
Uma nova doutrina sutilmente tem se propagado em todos os segmentos de nossa sociedade. Tal conjunto de idéias, que vai de encontro à palavra de Deus, é conhecido por muitos como  AMORALISMO  Doutrina que tem se difundido através da mídia usando seus principais propagadores como televisão e Internet, ensinando que: negam a possibilidade de formulação de juízos morais, por não admitir possam ter fundamento objetivo universal necessário ao caráter normativo categórico (relativo ou absoluto) que essencialmente os qualifica (DICIONÁRIO AURÉLIO de Língua Portuguesa Básica). Na verdade tal doutrina prega descaradamente que tais princípios não são inerentes ao homem, pois isso vai depender da escolha de cada um. O AMORALISMO fala de tudo que não é nem contrário nem conforme a moral; que não tem o senso da moral; diz-se da conduta humana que, suscetível de qualificação moral, não se pauta, pelas regras morais vigentes em um dado tempo e lugar, seja por ignorância do indivíduo ou do grupo, considerado pela indiferença expressa e fundamentada aos valores morais. Tais ensinos pregam que o homem não tem o senso da moral e que se revela em tudo um amoral.
Se olharmos para o passado, veremos que valores éticos e morais tão amplamente defendidos ligados à família, criação de filhos, casamento, sexo e sexualidade, hoje já são considerados como valores secundários e tocáveis a grupos ou indivíduos em particular.
A televisão, através de suas programações tem difundido novos “valores” e literalmente incutindo em nossas crianças e jovens os conceitos e princípios do LIBERALISMO, que, visam assegurar a liberdade individual no campo da política, da moral, da religião, etc., dentro da sociedade.
Hoje em dia é normal em novelas, ator interpretando personagens vivendo um romance homossexual com um final feliz, personagens vivendo momentos extraconjugais e outros. Hoje em dia é normal homens e mulheres enfatizando que o prazer pessoal e a independência humana, liberdade sexual sem censura entre adultos, jovens e adolescentes são necessário para “uma vida mais prazerosa”, o conhecimento dela (da vida) e de si mesmo. O absurdo da aberração e do avesso chegou ao seu cúmulo, quando ligamos a televisão em pleno horário familiar e encontramos um programa onde jovens rapazes se beijam na boca sem o menor constrangimento. Meu Deus...! Até que ponto esta geração má quer chegar com atos tão repugnantes e malignos! Enfim, são valores distorcidos e extremamente prejudiciais ao caráter e as emoções de qualquer ser humano. Tais princípios me fazem lembrar dos ensinos do HEDONISMO (tal filosofia ensina que o prazer individual e imediato é o único bem possível, princípio e fim da vida moral).
A Igreja do Senhor Jesus não pode ficar alheia a supostos valores que esta sociedade corrupta tem ditado através dos meios de comunicação.
A epístola do Apóstolo Paulo aos Romanos tem se cumprido em nosso meio quando diz: Por isso, Deus entregou tais homens à imundícia, pelas concupiscências de seu próprio coração, para desonrarem o seu corpo entre si;
pois eles mudaram a verdade de Deus em mentira, adorando e servindo a criatura em lugar do Criador, o qual é bendito eternamente. Amém!
Por causa disso, os entregou Deus a paixões infames; porque até as mulheres mudaram o modo natural de suas relações íntimas por outro, contrário à natureza;
semelhantemente, os homens também, deixando o contacto natural da mulher, se inflamaram mutuamente em sua sensualidade, cometendo torpeza, homens com homens, e recebendo, em si mesmos, a merecida punição do seu erro.
E, por haverem desprezado o conhecimento de Deus, o próprio Deus os entregou a uma disposição mental reprovável, para praticarem coisas inconvenientes,
cheios de toda injustiça, malícia, avareza e maldade; possuídos de inveja, homicídio, contenda, dolo e malignidade; sendo difamadores,
caluniadores, aborrecidos de Deus, insolentes, soberbos, presunçosos, inventores de males, desobedientes aos pais,
insensatos, pérfidos, sem afeição natural e sem misericórdia.
(Rm 1.24-39)

Este tem sido o retrato da nossa sociedade, que por sua vez desce em velocidade extrema por um abismo sem fim. Muitos estão andando como bêbados, embriagados não por bebidas fortes, mais por um conjunto de ideologias e dogmas, que são contrários aos princípios éticos e santos da palavra de Deus. Alguns que se dizem servos de Deus estão deixando as escrituras de lado e seguindo seus próprios conceitos, saberes e interpretações da vida; estão se esquecendo dos ensinos de Cristo, e posteriormente dos Apóstolos, que tanto nos educaram acerca de um viver moderado e santo em meio a esta sociedade vil, de pouco valor, ordinária e desprezível.
O momento é propício para nos lembrarmos da exortação de Paulo á Timóteo quando escreve: “Porque virá tempo em que não sofrerão a sã doutrina; mas, tendo comichão nos ouvidos, amontoarão para si doutores {ou instruidores} conforme as suas próprias concupiscências”. (Tm 4.3)


Convém darmos ênfase à expressão concupiscência que tem o sentido de: forte e continuado desejo de fazer ou de ter o que Deus não quer que façamos ou tenhamos; também tem o sentido de prazer desordenado da carne.
Sempre que meditamos nas palavras da Bíblia, encontraremos admoestações sobre como viver diante desta geração ímpia e rebelde, pois a mesma (Palavra de Deus) contêm valores éticos e morais baseados na vontade Dele para o homem que quer servi-lo.
Agora diante deste quadro deplorável em que estamos inseridos, fica uma interrogação  Como cristãos verdadeiros, qual deve ser a nossa posição e como devemos nos manifestar? Será que devemos ir aos governadores e exigirmos mudanças imediatas? Será que devemos fazer passeatas pelas ruas, protestando contra o quadro caótico da nossa sociedade? Será que precisamos nos isolar da sociedade e vivermos como monges no deserto? E o que dizer das armações que por detrás das cortinas governamentais andam tentando levantar contra os cristãos protestantes?
Sobre tais armações governamentais, eu ouvi um dia destes, um pastor midiático vociferar aos evangélicos a irem as ruas e a fazer protestos reclamando os seus direitos de liberdade de expressão; o mesmo, dizia ainda que não podemos aceitar afrontas, calúnias ou meios de proibições, mas que devemos lutar por nosso espaço na sociedade  Na verdade, este pastor parece estar usando de oportunismo, buscando defender o seu meio de sobrevivência, pois se o cerco se fechar para os evangélicos, perderemos todas as formas de divulgação pública da nossa fé, que, diga-se de passagem, é o sustento financeiro de muitos crentes e pastores. Urge dizer que não podem mudar este quadro, pois é mister que estas coisas aconteçam {Lc 21}, as mesmas, fazem parte da degradação e do pecado da humanidade sem Deus. A nossa posição deve ser a de uma “sociedade de contraste”, ou seja: com métodos, princípios e viveres diferentes, mesmo que tenhamos que sofrer perseguições a ponto de usarmos os métodos da igreja subterrânea que vivera sob o domínio comunista em anos passados.
O nosso protesto deve ser feito de outra forma, e não como eu mencionei nas linhas supracitadas.
Nosso protesto deve ser feito nas formas de ensino em nossos lares, conversando com nossos filhos, suscitando neles os princípios éticos e morais baseados nas escrituras.
Convêm deixar claro que não podemos cruzar os braços e ficarmos esperando que os responsáveis pelo Departamento de Escola Dominical ensinem aos nossos filhos o caminho em que eles devem andar (Pv 22.6); afinal de contas não são suficientes poucas horas de estudo ministradas por professores comparadas há quase um dia inteiro da permanência de nossas crianças em seus lares. Não obstante serão bons e proveitosos a permanência delas com seus professores de Escola Bíblica, para receberem um reforço do ensino que já deveriam ter obtido de seus pais.
Nosso protesto deve ser feito na forma de discipulado, de mensagens pregadas, de estudos bíblicos, de aconselhamento e exortações pessoais. Assim sendo a cada dia estaremos assimilando o caráter, a conduta, a moral e a ética de nosso Senhor Jesus Cristo. (1Jo 2.6).
Não devemos mais ficar como cristãos adormecidos, mas atentos e agindo com prudência, pois assim estaremos percebendo e prevendo algum mal que poderá nos sobrevir. E quando estivermos atentos e agindo com prudência teremos mais chances de nos armarmos para não cairmos nas ciladas do inimigo de nossas almas que tão maliciosamente vem sobre nós.
Procuremos guardar com zelo o que temos para que ninguém venha e tome a nossa coroa {Ap 3.11}.

EX TOTO CORDE
Jul-07

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