SANTIDADE AO SENHOR X SANTIDADE ARTÍSTICA


É incrível a soberba de alguns cristãos evangélicos que se manifestam com ganância pela santidade artística.
A santidade artística tem chegado até nós como uma porta para o estrelato ou uma saída do anonimato. A expressão física e fingida da santidade tem sido uma forma hibrida e ao mesmo tempo patética. Sim, porque certas formas de santidade até nos comovem, claro que dentro de nosso campo visual.
Mas por que muitas pessoas se tornaram tão gananciosas por essas novas formas de santidade artística!? Atualmente percebe-se que a santidade só é aceita e buscada se houver repercussão midiática ou dentro de determinada comunidade eclesiástica.
Não se vê mais uma santidade aceita pela humildade ou por ficar no banco de reserva. Tal santidade deve ser titular e regada com flachs de máquinas fotográficas.
É difícil olhar em volta e perceber que nosso cristianismo está cada vez mais se tornando em uma ‘série de treinamentos’ de academias onde alguns crentes que sonham com o estrelato cristão entram e ouvem o pastornal trainee, (se é que eu posso inventar esse termo agredindo a língua portuguesa dessa forma) e, quando aprenderem tudo e entrarem em forma poderão colocar em prática suas novas empreitadas “espirituais”. Quantos pastores sonham em serem reconhecidos pelas comunidades eclesiásticas como gurus da santidade, da nova unção, da nova visão ou, sei lá, do poder de Deus.
É triste perceber quantos cantores evangélicos  ou ‘levitas...!’ sonham em ser o próximo cantor das músicas que manifestam o provável ‘mover do Espírito Santo’ quando cantadas em igrejas ou em shows gospel.
Quantos pregadores sonham em ser o nome mais concorrido das igrejas que os vêem como os pregadores mais santos e ‘ungidos de Deus para esta geração’ (frase de efeito muito usada nos dias atuais em alguns movimentos evangélicos). 
Quantas igrejas com suas lideranças sonham em ser as detentoras da ‘nova unção do Espírito Santo’, onde se pode sentir o cheiro das águas purificadoras e santificadoras do Espírito Santo.
Infelizmente estamos alimentando uma geração em que cada membro de comunidade cristã entende que santidade é uma espécie de propriedade de domínio público e não particular. A santidade hoje é pós-moderna e externa, nunca conservada internamente e preservada em momentos de quatro paredes de um quarto ou local de meditação particular. Ao contrário a santidade hoje tem que trazer em seu bojo a publicidade, a propaganda midiática e os anúncios em outdoors. Enfim, vivemos em um meio onde há uma corrida publicitária para ver quem ganha um espaço ou a maior fatia do mercado da santidade artística. Aonde vamos parar com toda essa pândega evangélica? Qual será o final dessa novela evangélica, onde todos querem ser os mocinhos¿ Infelizmente essa é uma resposta que eu tenho medo de ousar responder e, confesso que estou com muito medo de saber que participo desta novela como coadjuvante. Confesso que estou muito seduzido a entregar o meu papel e sair dessa novela com medo de chegar ao seu possível fim trágico.
Será tão difícil entender que a nossa santidade é para Deus e não para a mídia ou para as máquinas fotográficas!? Será tão difícil entender que a nossa santidade é para nos aproximarmos cada vez mais do Senhor e não da mídia ou do título de artista evangélico!? Tenho dúvidas dessa santidade que alguns pregadores, cantores e pastores nos apresentam. 
A santidade, ao contrario do que muitos pensam, nos afasta mais e mais do mundo e nos aproxima mais e mais de Deus e do anonimato. 
A santidade ao Senhor nos faz cada vez mais ser odiados pelo mundo e não amados pelo mundo, como vemos acontecendo nesses palcos por ai. 
Isso que vemos por ai não é santidade ao Senhor, e sim o uso camuflado de uma santidade hipócrita e gananciosa para dar ocasião à carne e uma liberdade presunçosa.
Que Deus tenha misericórdia de nós e faça muitos a voltarem-se para uma verdadeira Santidade ao Senhor.

Ex Toto corde

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