FÁBRICA DE HIPOCRISIA

Nunca houve, nem se ouviu falar em todos os episódios da história da igreja, tanta dissimulação de caráter ou fingimento de emoções. A história eclesiástica tem suas costas marcadas pelas cicatrizes da perseguição e pelas chagas da traição. Sabe-se que muitos foram traídos, muitos se infiltram nos tempos de nossos primórdios, fingindo-se cristãos para entregarem a muitos, outros se corromperam e traíram por dinheiro, posições eclesiásticas e afins.
Ainda assim alguns se levantavam em defesa da pureza no seio da igreja.
Ainda assim houveram aqueles compromissados com a santidade do Senhor e do seu rebanho, levantando-se contra toda e qualquer tipo de mentira que viesse a contaminar a harmonia e singeleza de coração da assembléia dos santos.
Os tempos e as épocas avançaram chegando ao nosso tempo vigente. Os valores, os alvos como “salvação, santidade, entrega e sinceridade” são valores a tempos, pouco lembrados pela igreja enquanto cristãos ou seguidores de Cristo.
A igreja de hoje valoriza o ter em detrimento do ser, o estereótipo humano tem se fortalecido enquanto o seu interior tem se exaurido a cada dia. As causas dessa decadência em muitos dos segmentos do protestantismo tem sido por causa da adequação da igreja aos novos tempos, por causa de sua nova postura de flexibilização a esse púbere sistema sócio-religioso. Nosso “não” tem gradativamente dado lugar ao “sim”.
O “Protestantismo” em alguns lugares está trocando a sua fardagem. Já não protestamos mais contra o “Paganismo” e seu veneno norteador. Para muitos pastores e líderes, está sendo mais viável e oportuno conformar-se com esse sistema mórbido e hedonista, do que clamar contra ele. O pior é que todas essas formas de vida e interação com a sociedade tem sido extensivo à nossa posteridade.
A verdade é que estamos construindo uma grande “fábrica de hipocrisia” e não estamos percebendo. Nossos jovens na maioria das vezes vivem uma vida disfarçada, são cristãos se cobrindo de mundanos e mundanos se disfarçando de crentes. Alguns são bem intencionados, querem ter um encontro verdadeiro com Jesus do Evangelho, mas o mundo dia após dia bate na porta de seus corações pedindo hospedagem.
Nesse palco há outros que já estão lá a muito tempo maquiados e interpretando papéis de bons crentes, bons obreiros, bons maridos que amam suas esposas e boas esposas que amam seus maridos; quando na verdade não passam de atores principais e coadjuvantes em uma novela chamada “igreja evangélica”.
O ator é assim, finge viver uma vida que está fora da sua verdadeira realidade. Ele se adéqua ao ambiente, ele treina para viver ali e usufruir dos seus benefícios.
Quantos atores há no seio da igreja do Senhor...! Homens que fingem, mulheres que escondem, jovens que disfarçam.
Quantos pastores estão sendo enganados ou estão se deixando enganar. Hoje ser conivente é demonstração de companheirismo, não importa se a causa é o pecado. O Apóstolo Paulo escrevendo a Timóteo disse que viriam “tempos difíceis”. Pedro disse que surgiriam em nossos meio “enganadores”, enfim, reconheço que todas essas coisas foram preditas pelo Cristo e pelos seus profetas, mas não significa que devemos ser concordantes.
A hipocrisia está sendo praticada descaradamente em nossas igrejas. Muitos amam seu próximo por conveniência, cooperam em suas igrejas por conveniência, se casam por conveniência, alguns permanecem casados por conveniência. Por fim em todos estes fatos permanece o fingimento que disfarça, não revelando a verdadeira identidade do “ator eclesiástico”.
Que Deus não nos puna por nossa cumplicidade, mas busquemos discernir os espíritos para ver se eles procedem de Deus. Que a fé vivida hoje não seja uma fé religiosa fingida e conveniente, mas uma fé espiritual e pura.
Ainda existem meios para vivermos na prática verdadeira vida da igreja. Conseguiremos ser achados com fé se o Espírito Santo nos auxiliar nesta militância.


“Contudo, quando vier o Filho do Homem, achará, porventura, fé na terra?”
Lucas 18:8b

Um comentário:

Felipe disse...

Lembra do que Jesus falou aos fariseus, ele disse;"Ai de vós, escribas e fariseus hipócritas! Percorreis mares e terras para fazer um prosélito e, quando o conseguis, fazeis dele um filho do inferno duas vezes pior que vós mesmos".
Não nos tornamos pois aquiles a quem Jesus, muito reprovou, não somos porventura os fariseus da atualidade? Não estamos pois resgatando vidas do inferno para poder torna-las lá?

Aqui obrigadão ali pela postagem!
Deus Te abençoe muito amado!!