Senhores e Servos


Vivemos uma vida eclesiástica hoje sobre perspectivas mundanizadas e pagãs. Desde séculos passados, estamos caminhando e desenvolvendo os princípios do Reino de Deus baseando-nos em padrões morais e institucionais que, sobretudo vem sendo retirado de ideologias descristianizadas. A igreja cristã protestante atual é estrondosamente organizada socialmente e, consequentemente tomando formas condicionadas a poderes e normas humanas. Tal comunidade vem perdendo a passos largos o conceito de “servos e irmãos” e mostrando aos mesmos passos a apreciação a “senhores e servos”. Pela Palavra de Deus o sentido de servir e ser servido são paradoxais ao que é praticado nesta sociedade vigente.
No Evangelho segundo escreveu Marcos Jesus disse que, aquele que quiser ser o primeiro será servo de todos. Parece que estamos perdendo a compreensão espiritual das Escrituras. Percebe-se que muitos não compreendem mais as emendas antagônicas que o Mestre quis nos transmitir através de seus ensinos e, que foram ratificadas pelos seus apóstolos. Eu não consigo acreditar em uma igreja que diz estar debaixo da vontade de Deus, ser objeto de pesquisa de muitos “teólogos e antropólogos” que, ao concluírem suas pesquisas afirmam para revistas famosas dizendo que...,
“os evangélicos não vão apenas mudar a sociedade brasileira. Eles mudarão com ela. A antropóloga Christina Vital, do Instituto de Estudos da Religião (Iser), diz que a igreja evangélica caminha para uma flexibilização. “Enquanto a Igreja Católica vai dizendo ‘não pode camisinha’, a igreja evangélica vai se adaptando à sociedade. Essa flexibilidade é justamente o fator de crescimento deles”, afirma. Os evangélicos adotaram regras menos rígidas e passaram a buscar a religião não só como forma de subir aos céus, mas também de alcançar a prosperidade. “O movimento adapta-se aos costumes, o que deverá continuar nos próximos anos. Hoje já temos igrejas evangélicas que aceitam gays”, diz Christina”. [1]

Há uma facilidade enorme de encontrarmos cristãos na igreja servindo ao dinheiro e servos servindo aos senhores da igreja. A cada dia tem sido mais e mais difícil descobrir genuínos pastores eclesiais, visto que nos esbarramos aos montes com esse seleto grupo de senhores absolutos e arbitrários, homens dominadores, tiranos e opressores.
Considerando inquestionáveis fatos forma-se uma interrogação na mente de muitos, a qual é, “Porque a igreja permanece inativa quanto a tudo isso!? Por desventura perdera a percepção espiritual, ao ponto de não notar o que está acontecendo!?
Deveríamos estar vivendo em uma comunidade de “irmãos e amigos” e não em uma comunidade de “servos e senhores”, onde (claro que sem generalizar) o pastor assenta-se em um altar em que cadeiras estão dispostas lado a lado, sendo que a do pastor é destacada pelo seu tamanho em demonstração de sua autoridade e liderança máxima. Ali, naquele altar que é considerado como um “lugar santo” eles esperam para serem servidos pelos seus súditos e servos.
O altar é visto por alguns quase como um latíbulo, ou, “a morada dos deuses”. Para muitos obreiros, se estiverem ali, sentem-se no céu, visto que, em seu conceito desvirtuado de autoridade espiritual canônica, alcançaram o ponto mais alto da liderança na igreja. Claro que a prática e o conceito que se tem hoje de “altar” foi um arranjo induzido pela igreja que já estava se paganizando a séculos atrás e, mormente ao consultarmos a Bíblia não encontraremos nenhum fundamento Cristocêntrico sobre o mesmo.
Quando Paulo defende a sua autoridade apostólica, em momento algum quis nos ensinar que tinha o direito de ser constituído o manda chuva da igreja. A autoridade da qual ele faz menção em 2Co 10 tem o sentido de alguém com competência indiscutível em matéria de Evangelho, ele estava querendo dizer que era um representante legal do Cristo e de sua autoridade, ou seja, da habilidade que o mesmo havia recebido de Jesus para exercer o ministério do Apostolado. Paulo tinha crédito, direito, autorização, condições de tomar decisões para a edificação da igreja.
O mesmo disse em 2Co 10.8,

Porque, se eu me gloriar um pouco mais a respeito da nossa autoridade, a qual o Senhor nos conferiu para edificação e não para destruição vossa, não me envergonharei,

Ainda neste texto perceba que Paulo ainda fala de edificação, ou seja, ato de alguém que promove o crescimento de outro em sabedoria cristã, piedade, felicidade, santidade. Logo percebe-se que em momento algum o Apóstolo fala de intenções em dominar sobre outros ou ter outros como servos seu.
Paulo entendia bem o que é servir ao invés de ser servido, visto que, com muita propriedade dissera aos Filipenses que o Senhor s di mesmo se esvaziou assumindo a forma de servo, tornando-se semelhança de homem e reconhecido em figura humana...,
Será tão difícil para alguns que foram chamandos e feitos pastores, evangelistas, mestres, prebíteros, doutores..., para somente servirem a igreja para o bom ajustamento do corpo de Cristo! Será tão difícil entender que antes de sermos líderes em algum segmento evangélico somos irmãos em Cristo!?
Ser chamado para o ministério é ser chamado para servir e não para ser senhor. Infelizmente os senhores de hoje já não querem mais lavar os pés dos servos.
Estamos nos esquecendo de tudo que nos ensinara o verdadeiro Senhor. Temem alguns que se o Senhor tardar a sua vinda, muitos se esquecerão até mesmo do seu próprio Nome.
Que o Espírito do Senhor nos ensine e nos ajude a ser não apenas servos, mas conservos dos servos do Senhor.

ex Toto corde
[1] Revista ÉPOCA de 22/05/2009.
por NELITO FERNANDES.

Um comentário:

Felipe disse...

Boa visão irmão, que Deus venha a abençoar o blog seu assim, levando sempre aqueles que mais precisam ler o que esta ai escrito. Pois que as suas como as minhas, e as de muitos blogueiros aqui, não fiquem no vácuo do universo da internet, mas, que o Espírito Santo venha conduzí-las, como écos, aos ouvidos dos que necessitam desta boa palavra.

Um grande abraço, a Paz do Senhor Jesus!